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quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

Participação da mulher na indústria do petróleo

Elas cuidam da casa, dos filhos, da beleza, da carreira e também de uma das maiores riquezas deste país. É cada vez maior o número de mulheres no mercado de petróleo e gás no mundo e, no Brasil, onde o mais alto posto executivo é ocupado por uma representante do sexo feminino, não poderia ser diferente.

O mês em que se comemora o Dia Internacional da Mulher (8 de março) leva a reflexões acerca do avanço desse gênero no mercado de trabalho como um todo. Alguns números atestam que há um balanço positivo da participação feminina em praticamente todas as áreas, conforme aponta estudo recente do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em dados comparativos entre os anos de 2001 e 2003, o IBGE constatou a diminuição das disparidades entre os sexos, sobretudo no setor privado.

De acordo com a pesquisa, em 2003, a proporção de homens com carteira assinada no setor privado era de 62,3%, enquanto a das mulheres era de 37,7%, uma diferença de 24,7 pontos percentuais. Em 2011, essas proporções foram de 59,6% e de 40,4%, fazendo com que essa diferença diminuísse para 19,1 pontos percentuais, certifica o IBGE.

E se num plano geral, a presença feminina vem aumentando, esse movimento, obviamente, está se refletindo no segmento de petróleo e gás. A Petrobras informa que o crescimento da participação feminina tem sido constante desde 2003. De acordo com o departamento de recursos humanos da companhia, naquele ano, ela contava em seu quadro com 4.406 mulheres, ou 12% do efetivo total de empregados. Em dezembro de 2011, este número subiu para 9.041 mulheres, ou 15,3% do efetivo total.

“Em oito anos (2003-2011), a taxa de crescimento relativo da força de trabalho feminina foi de 105%, enquanto a taxa de crescimento relativo da força de trabalho masculina, de 56,1%, sendo que, de um total de 6.056 gerentes, as mulheres participam hoje com 986 cargos, cerca de 16%”, afirma a empresa, em informe encaminhado à redação da Macaé Offshore.

Cresce a participação feminina nos postos de liderança

Segundo Pesquisa Asap - consultoria especializada no recrutamento e seleção de executivos de média gerência - de todas as posições trabalhadas na cadeia de O&G pela companhia, 22% foram preenchidas por mulheres. Porém, ainda existem algumas barreiras para a entrada do sexo feminino em determinados segmentos como perfuração e outras áreas, predominantemente de campo. “Já em áreas como engenharia, planejamento, recursos humanos, área financeira, por exemplo, a presença de mulheres é cada vez mais comum”, informa Rafael Meneses.

Rafael Meneses, diretor regional da Asap no Rio, conta que 22% das vagas preenchidas por profissionais do sexo feminino, 83% das oportunidades surgiram no Rio de Janeiro e 17% em São Paulo. “O Rio concentra as maiores áreas de exploração e produção de petróleo e por isso abre mais postos de trabalho em relação à outras regiões do país. No setor de engenharia somos um celeiro de talentos, exportando para os países do Mercosul”, revela Meneses.

Saindo dos postos de liderança, notase o crescimento da ocupação feminina em outras vagas, tanto na Petrobras quanto em outras empresas do setor. Para Ana Beatriz Tartuce Jorge, diretora executiva de Recursos Humanos do Grupo Bravante, empresa especializada em apoio marítimo offshore, se antes havia um clima de surpresa quanto à presença feminina, hoje, na companhia, isso começa a ser encarado com certa naturalidade. “Quando entrei na empresa, há uns cinco anos, quase não havia mulheres. Hoje, as mulheres não são encontradas apenas na função administrativa. Há taifeiras, soldadoras, pintoras e outras funções existentes em nossos estaleiros”, conta a executiva.

Atualmente, dos 2.700 empregados da Bravante, 700 são mulheres. Segundo Ana Beatriz, esse número tende a aumentar em curto prazo. “Sabendo do aquecimento que o mercado de trabalho de óleo e gás passa, muitos funcionários estão incentivando os seus filhos e também filhas a se qualificarem”, afirma. Ela conta que a Bravante tem um programa de Responsabilidade Social, promovendo cursos de qualificação de mão-de-obra em São Gonçalo, cidade localizada na Região Metropolitana do Rio. “Há, sem dúvida, um estímulo tanto pelo lado da família quanto pelas oportunidades que o setor está oferecendo. E as mulheres estão mostrando cada vez mais interesse”.

Soldagem: quebrando tabus

Jaqueline Santos da Silva é uma delas. Trabalhando como soldadora para o Grupo Bravante desde outubro de 2010, ela conta que o setor de O&G a fez perceber que poderia lhe proporcionar um plano de carreira com ênfase no crescimento profissional. Por isso, resolveu se matricular em um curso de soldadora promovido pelo Senai-RJ. Ela revela que, de início, encontrou um ambiente bastante masculinizado e que teve receio quanto à receptividade dos colegas.

“Havia poucas mulheres na área naval e acho que havia o receio de que nós, mulheres, não déssemos conta de um trabalho tão braçal, contudo fui muito persistente. Quando consegui o emprego me dediquei muito para provar que eu era capaz. Hoje, eu adoro o que faço, me sinto uma artista, quando estou soldando esqueço de tudo. Concentro-me no detalhe e em fazer o mais perfeito possível”, conta a soldadora. “Antes, trabalhei em profissões que não me davam uma remuneração boa e chances de eu me desenvolver. Depois que vim para a área naval consegui construir minha casa e estou fazendo faculdade. O que mais posso querer?”.
Colega de empresa, mas com muito mais anos de estrada, Adriana dos Santos atua como chefe de seção, está no grupo Bravante há um ano, sendo que já atua no setor offshore há duas décadas. Com graduação em técnica de Estruturas Navais, Adriana revela que entrou no mercado de maneira não planejada.

“Foi por acaso, pois meu foco no início era entrar na Marinha. Fui fazer o curso técnico em Estruturas Navais e acabei indo fazer estágio em um estaleiro, onde fui efetivada e fiquei trabalhando por 21 anos. Acabei gostando e crescendo profissionalmente nesta área”. Adriana diz ainda que o campo está bastante favorável para as mulheres: “Acho que quem optar pela área, deve persistir e não desistir, que vai dar certo! Toda profissão é complicada para ingressar, se você entrar como estagiário é importante, pois ganha experiência e se fortalece para ser um bom profissional”, ressalta.

Nível técnico: mais mulheres buscam se capacitar

A capacitação é sempre o primeiro passo. Na área técnica encontram-se grandes oportunidades, uma vez que ainda se verifica o maior déficit de profissionais qualificados. Segundo dados divulgados pela Petrobras, vão surgir 50 mil vagas por ano até 2015 para técnicos na indústria de petróleo e gás. Os principais perfis demandados são os de soldagem, manutenção de máquinas, equipamentos pneumáticos e hidráulicos.
As mulheres também estão de olho nessas oportunidades e se capacitando cada vez mais. Ana Cristina de Souza, instrutora do Senai-RJ, revela que a cada dia mulheres buscam cursos de soldador e disputam vagas que antes eram preenchidas apenas pelo sexo masculino. “Hoje em dia as mulheres querem estar no mesmo patamar que os homens, porque também passaram a ser provedoras de suas famílias”, explica.
Segundo ela, com o mercado de trabalho aquecido - abertura de novos estaleiros, reabertura de antigos fechados na década de 80 por falta de demanda, bom salário, jornada de trabalho menor e autonomia em decidir seu próprio destino - o interesse feminino passou a abranger todas as profissões que possibilitem independência financeira.
E essa procura vem repercutindo em outras escolas técnicas voltadas para a formação de mão de obra para a cadeia de petróleo e gás, como a Petrocenter, onde as mulheres vem procurando mais cursos de formação técnica. “Hoje estamos com um índice de quase 30% dos alunos inscritos do sexo feminino. Elas têm tido muita demanda para áreas como soldagem, que exige muita concentração, cuidado e é preciso ser bem detalhista”, destaca Samuel Pinheiro, diretor da Petrocenter. Ele explica que há oportunidades em toda a cadeia de suprimentos de logística, fornecedores de bens e serviços de plataforma como navios, tubulações industriais, além de empresas que atuam com maquinário específico na área offshore.

CONCLUSÃO

Concluindo o artigo , o que eu quis mostrar é que existe sim espaço para mulheres na indústria, embora existam alguns setores onde a predominância é masculina e a entrar de mulheres é reduzida, mas isso não quer dizer que seja impossível. Busque ver as áreas que mais gosta e tente adequá-las com o mercado. Se você gosta da Área Técnica da Perfuração/Produção e vê que não vai encontrar oportunidade no Campo, trabalhe com Pesquisa, desenvolvendo estudos e projetos no escritório mesmo, para dar suporte a essas operações. Com certeza não ficará só no escritório, de vez em quando terá que embarcar para conhecer a área.
Esse é um tema muito legal de se explorar, e com certeza outras pessoas podem contribuir também, até melhor do que eu, pois não sou tão experiente.


Fonte: Macaé Offshore Editora   

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